One size does not fit all
Quem me conhece sabe que meu IMC está na fronteira do sobrepeso. Sempre fui grande: a altura me colocava nos últimos lugares da fila da escola e a largura me fazia procurar os tamanhos G, quando não os GG. Continua assim, mas não me acho dentre as mais altas ultimamente. Pior pra mim, piora o IMC. Minhas idas às lojas de roupa me levavam (muitas vezes) a procurar pelo tamanho e depois pelo modelo. Tudo bem! A indústria da confecção tem oferecido tamanhos maiores e tenho encontrado os modelos que gosto. Faz tempo que não me deparo com peças de TAMANHO ÚNICO.
Não faz o menor sentido um fabricante colocar em sua etiqueta que aquela roupa é tamanho único. Tem que assumir que é P, ou M ou G e atender as pessoas que têm aquelas medidas. Se a escolha do molde e do corte do tecido é para uma largura x e um comprimento y, são para estas pessoas que aquela roupa vai 'cair' bem. Não deveriam inventar o 'tamanho único'. Para as menores vai ficar horrível e para as maiores também. Em inglês a expressão 'tamanho único' é mais bacana: one size does not fit all. Então é melhor desenvolver adequadamente para quais pessoas aquela roupa vai ser confeccionada.
E porque as aulas são pensadas assim
ONE EQUAL CLASS FOR ALL DIFFERENT STUDENTS
Sou professora, e confesso: andei ministrando aulas de tamanho único. E como professora de estatística posso pensar pelo menos de duas formas: eram aulas para os alunos da 'moda', ou seja aquele que se repetiam, que (eu achava) eram iguais entre si e para os quais eu criava um 'modelito' e lá ia eu apresentar meus 'slides'. Ou posso melhorar um pouco o pensamento e dizer: eram para os alunos que se distribuíam em torno da média. Assim eu até entendia que havia uma variação, mas nem queria saber daqueles além dos dois desvios-padrão, um pra mais e o outro pra menos. Se a distribuição do 'tamanho' dos alunos da turma fosse simétrico, média, moda e a (ainda não citada) mediana, estariam pertinho uma das outras.Reconheço que há diferenças entre os alunos: de Vigotski e a ZDP, de Dewey à Pedagogia 2.0 eu já entendi que será preciso personalizar a trajetória de aprendizado dos alunos.
A personalização passa por entender 'o que', 'como' e 'onde' ensinar. O desafio está em mudar o modelo daquele de 'transmitir' conhecimento 😶 para o modelo de P A R T I C I P A Ç Ã O.
Aquele que enquanto o aluno cria, permite expressar-se, argumentar, organizar seu aprendizado e pensamento. Permite desenvolver sua competência (CHA) e trabalhar colaborativamente .
Este processo conduz à co-criação do aprendizado, e isso vai muito além de interagir. Pode levar à construção de cidadãos cuja compreensão se faz no grupo, no coletivo, muito além de somente em si.
Qual a Pedagogia para século XXI?
Como mudar para a Pedagogia 2.0?
O que você me diria a este respeito?
Este trabalho da UNESCO apresenta subsídios para esta discussão.
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243126.locale=en


É seu grande desafio quando voltar à sala. Imagino, pra cada novo tema ou item ou conceito novo, calar-se para eles compreendam que precisam expor-se, manifestar-se, colocar-se. É por aí?
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