terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Aulas 'tamanho único'


One size does not fit all


Quem me conhece sabe que meu IMC está na fronteira do sobrepeso. Sempre fui grande: a altura  me colocava nos últimos lugares da fila da escola e a largura me fazia procurar os tamanhos G, quando não os GG.  Continua assim, mas não me acho dentre as mais altas ultimamente. Pior pra mim, piora o IMC. Minhas idas às lojas de roupa me levavam (muitas vezes) a procurar pelo tamanho e depois pelo modelo. Tudo bem! A indústria da confecção tem oferecido tamanhos maiores e tenho encontrado os modelos que gosto. Faz tempo que não me deparo com peças de TAMANHO ÚNICO.

Não faz o menor sentido um fabricante colocar em sua etiqueta que aquela roupa é tamanho único. Tem que assumir que é P, ou M ou G e atender as pessoas que têm aquelas medidas. Se a escolha do molde e do corte do tecido é para uma largura x e um comprimento y, são para estas pessoas que aquela roupa vai 'cair' bem. Não deveriam inventar o 'tamanho único'. Para as menores vai ficar horrível e para as maiores também. Em inglês a expressão 'tamanho único' é mais bacana: one size does not fit all. Então é melhor desenvolver adequadamente  para quais pessoas aquela roupa vai ser confeccionada.

E porque as aulas são pensadas assim
ONE EQUAL CLASS FOR ALL DIFFERENT STUDENTS
Sou professora, e confesso: andei ministrando aulas de tamanho único. E como professora de estatística posso pensar pelo menos de duas formas: eram aulas para os alunos da 'moda', ou seja aquele que se repetiam, que (eu achava) eram iguais entre si e para os quais eu criava um 'modelito' e lá ia eu apresentar meus 'slides'. Ou posso melhorar um pouco o pensamento e dizer: eram para os alunos que se distribuíam em torno da média. Assim eu até entendia que havia uma variação, mas nem queria saber daqueles além dos dois desvios-padrão, um pra mais e o outro pra menos. Se a distribuição do 'tamanho' dos alunos da turma fosse simétrico, média, moda e a (ainda não citada) mediana, estariam pertinho uma das outras. 
Reconheço que há diferenças entre os alunos: de Vigotski e a ZDP, de Dewey à Pedagogia 2.0 eu já entendi que será preciso personalizar a trajetória de aprendizado dos alunos.

A personalização passa por entender 'o que', 'como' e 'onde' ensinar. O desafio está em mudar o modelo daquele de 'transmitir' conhecimento 😶 para o modelo de P A R T I C I P A Ç Ã O.

Aquele que enquanto o aluno cria, permite expressar-se, argumentar, organizar seu aprendizado e pensamento. Permite desenvolver sua competência (CHA) e trabalhar colaborativamente . 

Este processo conduz à co-criação do aprendizado, e isso vai muito além de interagir. Pode levar à construção de cidadãos cuja compreensão se faz no grupo, no coletivo, muito além de somente em si.


Qual a Pedagogia para século XXI? 
Como mudar para a Pedagogia 2.0?
O que você me diria a este respeito? 


Este trabalho da UNESCO apresenta subsídios para esta discussão.
https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000243126.locale=en





segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Como separar os participantes em grupos?



Pessoal, vamos formar grupos...


As atividades em grupo são (quase) sempre bem vindas na sala de aula. Nestes momentos já se sabe que serão os alunos os protagonistas de alguma atividade.

É possível que um ou outro aluno já faça cara feia e fique emburrado... e tem dia que (eu!) queria tudo, menos ter que realizar uma atividade com um colega da sala de aula. 😕
Mas nem sempre é possível fazer só aquilo que a gente gostaria e vou ter mesmo é que trabalhar com 'o coleguinha'.

Nem vou repetir que será preciso aprender a lidar como isso: que tenho que aprender a trabalhar com outra pessoa, e que não dá pra fazer só o que a gente quer. Mas é bom saber que uma dentre as competências que se espera dos profissionais do 'futuro' é a da habilidade de trabalhar em grupo.

Como separar os grupos para as atividades? Esta é uma pergunta que não deveria ser respondida de apenas uma maneira. Quantos grupos? 5! Conta de 1 a 5, e separa os grupos.  De novo? Os alunos já ficam antecipando com quem ficarão.

Por isso resolvi fazer uma lista de possíveis maneiras de organizar, e separar os alunos.

1. Vire sua cadeira para a esquerda. Este será seu par.
2. Forme dois círculos de alunos, um interno e o outro externo. A cada sinal do professor o grupo interno se move no sentido horário.
3. Qual os interesses dos alunos? Agrupe-os baseado nas suas declarações.
4. Faça algumas perguntas. Agrupe os alunos em função das respostas - grupo das respostas iguais, ou grupo das respostas diferentes.
5. Agrupe-os em função da escolha de cartões coloridos - todos da mesma cor, ou grupo de cores diferentes.
6. Quem faz aniversário no mesmo mês que você? Pronto, já temos 12 grupos. Uma variação é pedir que a turma toda se alinhe em função da sua data de aniversário, porém SEM FALAR uma só palavra. Indique o início (janeiro). Esta é uma maneira de promover interação entre os participantes ou alunos.
7.  Coloque 4 ou 5 (o número de grupos que quer formar) cores, formas, balas... diferentes em uma sacolinha e entregue um para cada aluno, ao chegarem para a ocasião. Organize os grupos pelas formas recebidas.
8. Use um baralho. Distribua uma carta para cada participante. Separe os grupos pelos naipes, ou pelos números e letras.

E essa é muito interessante para organizar um grupo para refazer uma atividade avaliativa.
9. Depois de uma avaliação somativa classifique os alunos em ordem decrescente. Separe em n grupos, incluindo um dos n alunos que se tiveram melhores avaliações. Depois comece a separar pelos que ficaram por último na lista. Estes grupos terão aqueles que saíram-se bem, e o que não se saíram tão bem juntos. Esta separação em n grupos, na minha opinião, deve sr feita previamente pelo professor.

10. Como você separa os participantes em grupos? Deixe uma sugestão.


Uma próxima pesquisa será sobre atividades para 'quebrar o gelo'. Vou começar com este vídeo!